domingo, 27 de abril de 2014

Nothing at All

A vida prega-nos cada partida. Já tropecei tantas vezes e em nenhuma abri os olhos. Foste preciso tu para isso acontecer. 
Contigo aprendi que por vezes, é preciso levar-mos uma "chapada de luva branca" para aprender-mos e nos consciencializar-mos que nada é um mar de rosas. Aparenta ser, é verdade. Contigo aprendi que nada é o que parece. Contigo aprendi que as palavras mais sinceras ditas ao luar
se podem transformar nas palavras mais hipócritas e falsas, contigo aprendi a ter duas caras. A cara de menina, inconformista e sem perceber o porquê de uma questão de quilómetros estragar qualquer relacionamento, e a cara de mulher, valente, guerreira, capaz de perceber que um homem a sério jamais aguentaria um amor assim, resistente ao frio da cama, à erosão do tempo, ao inimigo chamado relógio, à ausência de uma presença sólida. Hoje, perante ti sou uma Mulher, perfeitamente capaz de suportar a falta disso tudo desde que compensada nos nossos momentos a dois. Porque tu, por muitos defeitos que tenhas (só passados meses desvendados) eras tão capaz de saber aproveitar cada instante, não era assim? Esta é uma questão que se bem explorada dava muito pano para mangas, nem vou entrar por aí. Hoje este post serve, única e exclusivamente para te criticar e humilhar, para tirar de mim um peso de cima dos ombros e sobrecarregar-te a ti. Durante estes meses todos nunca te preocupaste com o meu estado, nem como eu estaria sem ti, como estaria a lidar com a doença, com a escola, como eu estaria a gerir tudo, sem o teu apoio que seria fundamental. 
Eu caí, eu fiquei na merda. Eu rastejei por ti. Eu sujeitei-me por ti. Mas também sobrevivi. Não foi fácil como é evidente, mas agora penso, nunca mereceste tal consideração, não vales nada. Não és homem, não és nada. Rigorosamente nada. 
E o pior, sim, o pior é que ainda ocupas um bocado de mim. Não te amo, não gosto de ti, mas já foste tudo e assim sendo, vais significar sempre uma parte. Uma parte que eu gostaria de falar com orgulho e se algum dia tiver de te recordar vai ser com o maior desprezo. Faz o teu papel na sociedade, já não te resta muito mais. Trata bem a mulher com quem te identificas agora, fixa-te nas tuas ideias e cria objectivos, senão vais magoá-la e acabar sozinho, como acabarias se dependesse de mim. Mais uma vez a minha cara de mulher revolta-se perante ti, não mereces qualquer ingenuidade da minha parte, porque já a tiveste toda e desperdiçaste-a.

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