sexta-feira, 15 de abril de 2016

Para onde?


De repente já sexta-feira, as coisas continuam num estado lastimável e a mágoa permanece. Provavelmente nunca desaparecerá, afinal, algo tão trágico não se esquece. Foi uma sensação de perda nunca imaginada por ninguém, por ninguém. E mais uma vez, dedico-me ás lágrimas, a assistir ao meu fim lentantamente. Vou desabando a cada passo, a cada dia, e nunca chego a perceber o que realmente está acontecer tão repentinamente e ao mesmo tempo de uma forma tão lenta. Um buraco, um refúgio, um lugar mágico onde pudesse esquecer o drama que tenho vivido,.. Talvez sejam os últimos dias que me restam, da forma como tudo tem sucedido ponho em causa, mais uma vez, a minha vida.
Nunca ninguém vai conseguir entender o que se passa na minha cabeça por muito que insistam que realmente entendem. Afinal, nunca ninguém viveu o que eu já vivi, e mesmo que sim, cada um sente as coisas de forma diferente, e sim, nesse aspeto fraquejo com uma monotonia incontrolável. Gostava de ser destemida e forte, não baixar os braços e nunca ter vontade de desistir mas, o que é certo é que dentro de mim tudo gira a uma velocidade astronómica, faço de uma adversidade mil. Vem de mim, do que sou, das experiencias que vivi, do que já assisti e há factos que não se alteram, só se fincam cada vez mais dentro de nós como raízes, cada vez mais profundas. Porque é que têm que ser assim?
Vou abandonar o barco, afinal, tudo se compõe com água fria. Se calhar é disso que preciso, de mais um balde de água fria... Neste momento atirava-me ao mar, afinal ele é surdo e fatal. Não me pode criticar, não me pode julgar pelo meu ato, não pode fazer com que volte a trás. Talvez seja mesmo da água do mar que precise. E os talvez predominam tal como a minha sede de desaparecer.

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