Esta ansiedade, este sofrer por antecipação, este medo avassalador de falhar, acompanharam-me desde então e deram origem a vários ataques de pânico (que em tempos subestimei, achando que era fita, mas que quando senti pele percebi que é das piores sensações que podemos ter). Muitas vezes acordo em sobressalto, com um vazio inexplicável no peito. Custa-me respirar. Não consigo falar sem desatar a chorar. Sinto-me doente, fraca, sem energia.
Nestes dias, parece que nada mais faz sentido e coloco tudo em causa: quem sou, o que quero, o que preciso.
Quero apenas ficar no meu canto, sem ver ninguém, sem falar com ninguém. E só sair dali quando o coração parar de doer.
Sofri (ainda sofro) muito nestes momentos, e pelo meu bem-estar físico e emocional precisei de recorrer a algumas estratégias (nem sempre as melhores) que me ajudem a restabelecer o meu equilíbrio quando a ansiedade se apodera de mim.
Não é fácil sentir que as pessoas à nossa volta não nos compreendem. Não é fácil ouvir "Tem calma, "Estás a exagerar", "Vai tudo correr bem". Não, na nossa cabeça não vai tudo correr bem, não estamos a exagerar e tudo o que menos nos apetece é ter calma.
Por muito que tentemos explicar o que sentimos parece que ninguém compreende esta angústia, esta culpa, esta insegurança, esta ansiedade constante que nos faz passar noites em branco, e nos faz acreditar que nunca conseguiremos ser felizes.
Também sei que às vezes parece mais simples não dizermos nada. Sorrirmos e fazermos de conta que está tudo bem, quando na verdade nos sentimos vazias por dentro. Ficarmos escondidinhas na nossa concha, à espera de acordar e perceber que tudo isto não passou de um pesadelo.
Há guerras que, por mais fortes que sejamos, não conseguiremos vencer sozinhas, e não temos que sentir vergonha por estarmos a passar por um momento menos bom e precisarmos de ajuda, independentemente de qual for: amigos, família, namorados, colegas, psicólogos, psiquiatras, medicação adequada e prescrita por profissionais.
Estamos juntos.
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